O vereador Dilemário Alencar detonou o ex-deputado estadual Ulysses Moraes na condução do Podemos em Mato Grosso. O parlamentar avaliou que o novo dirigente partidário é conhecido pelo perfil desagregador e teme que a sigla seja desmontada da mesma forma que o Movimento Brasil Livre (MBL), desmobilizado no estado após comando desastroso de Ulysses. A declaração foi dada após ataque de Ulysses, que chegou a afirmar que Dilemário – que já comando o diretório estadual – não “apitava” mais nada no partido. Aonde ele vai, desagrega, tem que mostrar trabalho primeiro, antes de ficar criticando quem quer que seja. Quando foi preciso o Podemos alcançar os 80% do coeficiente para deputado estadual e nós alcançamos - uma tarefa difícil, pois eu tive apenas 12 dias para montar chapa de estadual e federal -, onde estava Ulisses? Estava disputando candidatura em outro partido. Deveria ser mais educado e não ficar criticando gestões anteriores, disse. Ele chegou com ambiente político montado e agora espero que ele faça prosperar e não desmanchar como desmanchou o MBL – e essa acusação partiu da direção nacional do movimento. Não vou ficar comentando comentários do Ulysses, se for assim, vou dizer o que o MBL disse dele. Que traiu o movimento, que deixou o MBL acabar em Mato Grosso, que usou a estrutura para se eleger e depois traiu o MBL. Essa pecha de incompetente não cabe a mim, se alguém foi acusado de incompetência foi o Ulisses, pela própria direção do MBL, acrescentou. Além disso, Dilemário afirmou que Ulysses se filiou ao partido e assumiu o comando estadual num acordo com a direção nacional da legenda. A promessa seria presidir o partido e se candidatar à Prefeitura de Cuiabá em 2024, assim como buscar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Tal compromisso, de acordo com o vereador, estaria sendo descumprido, já que há rumores de que Ulysses pode disputar o comando de Primavera do Leste (231 Km de Cuiabá). O exdeputado Ulysses assumiu a presidência, num acordo firmado com a presidente nacional para ser pré-candidato a prefeito de Cuiabá, apesar de eu não concordar, mas é um direito dele. Ele veio com essa promessa da nacional, mas já estão dizendo que ele não será candidato aqui, mas de Primavera. O vereador Kero Kero e eu nunca fomos convidados para uma reunião do partido, para discutir a questão de Cuiabá. Ulysses é conhecido devido a forma de fazer política, não cisca para dentro e por isso o MBL praticamente o expulsou, completou. A relação conturbada entre os correligionários é atribuída, em especial, ao fato de Dilemário defender aliança com o governador Mauro Mendes (União), a quem Ulysses sempre fez oposição enquanto esteve na Assembleia Legislativa (ALMT). Na avaliação do vereador, apoiar o nome lançado por Mauro na capital é caminho natural da sigla. O grupo do governador apoiou o Podemos no segundo turno em 2020 (quando Abílio Júnior disputou). O partido esteve alinhado com o governador em 2022, ajudamos a elegê-lo. Seria natural o governador ter tratativas com o partido, mas o Ulysses sequer senta à mesa para conversar. É tido como desagregador e política não se faz assim, se faz ciscando para dentro. Diante da situação, Dilemário admitiu que tem conversado com seu grupo no Podemos sobre a possibilidade de desembarque da legenda. O vereador, no entanto, evita sacramentar sua migração para outro partido neste momento. Me atento muito as leis e no Brasil tem a fidelidade partidária. Não vou ficar cantando bola que vou sair do meu partido, o momento ideal e adequando para discutir mudança partidária é durante a janela partidária, em março. Estou conversando internamente com alguns colegas do Podemos e vamos tomar uma decisão conjunta no ano que vem, por enquanto, sou filiado ao Podemos, tenho conversado com a presidente nacional, deputada federal Renata Abreu. Ela é uma excelente gestora partidária e não tenho o que que reclamar do Podemos, pontuou. Olhar direto