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Desaceleração da economia chinesa ameaça investimentos no Brasil

21/10/2024

A perda de ritmo anunciada pela economia chinesa no terceiro trimestre não causa impactos momentâneos para o Brasil. Ainda assim, a persistência do cenário a longo prazo tem potencial para inibir investimentos e afetar as exportações nacionais. Em uma primeira movimentação para estimular o crescimento do PIB (Produto Interno), o Banco do Povo da China reduziu as taxas de juros a partir desta segunda-feira (21).

O que aconteceu

-PIB da China cresceu 4,6% em termos anuais no terceiro trimestre. Os dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatística são equivalentes ao menor avanço para um período de três meses em um ano e meio. O ambiente externo e os problemas do desenvolvimento econômico interno são citados como elementos que justificam a desaceleração. -Perda de ritmo da economia chinesa não traz impactos momentâneos. Conrado Ottoni Baggio, professor de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco Granja Vianna, explica que a leve desaceleração não abre caminho para preocupações a curto prazo. Olhando para o futuro, ele avalia que a manutenção do cenário gera incerteza sobre novos projetos de infraestrutura no Brasil.

O crescimento abaixo do esperado coloca uma dúvida maior em relação a investimentos já anunciados. Será que eles serão mantidos na quantidade em que estão sendo prometidos? Nós só descobriremos ao longo dos próximos meses.

-A China tem ampliado seus investimentos em diversos países. No Brasil, a expansão já abrange diversos setores em várias regiões. Pedro Afonso Gomes, presidente do Corecon-SP, afirma que a estratégia de expansão envolve a extensão territorial com a instalação de empresas ao redor do mundo. O Nordeste hoje tem investimentos significativos dos chineses. Na Zona Franca de Manaus, no Sul e no Centro-Oeste, também, reforça ele.

-Fábrica automotiva na Bahia é exemplo recente de investimento no Brasil. A montadora chinesa BYD, especializada na fabricação de carros elétricos, deu início a sua operação na cidade de Camaçari, na Bahia. A instalação na antiga planta da Ford do município traz uma expectativa de investimento de R$ 5,5 bilhões.

Exportações.

-A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. No ano passado, as exportações do Brasil para a China ultrapassaram US$ 100 bilhões. Hugo Garbe, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, avalia que o crescimento da China pode abrir espaço para novos comércios entre os países. "A diversificação da demanda chinesa por produtos de maior valor agregado, como carnes e café premium, pode aumentar ainda mais o saldo positivo da balança comercial", afirma ele. -Principais negociações envolvem minério de ferro e commodities. "Um PIB chinês em expansão aumenta a demanda por soja, minério de ferro e petróleo, que são os principais produtos exportados pelo Brasil para a China", destaca Garbe. Ele também cita a expansão das exportações dos setores de energia e tecnologia agrícola como beneficiados pelo avanço da economia chinesa. Desaceleração do mercado imobiliário é maior motivo de preocupação. Baggio afirma que a manutenção do cenário de desaceleração a médio prazo afeta justamente a exportação nacional de minério de ferro. "Isso tem relação com o setor imobiliário chinês, que está se recuperando de uma queda acentuada nos últimos anos", explica ele. -Ações tomadas pelo governo chinês ainda precisam ser observadas. Antes da divulgação do PIB do terceiro trimestre, as autoridades chinesas reduziram os juros e anunciaram projetos de incentivo ao mercado imobiliário. Na avaliação de Baggio, a iniciativa busca limitar os efeitos da crise no setor. Os efeitos dessa medida de reaquecimento para compensar as perdas, se eles vão ser suficientes ou não, a gente só vai conseguir falar com clareza no final do ano, prevê. -China reduz juros na tentativa de estimular a economia. Após a divulgação do PIB, o Banco do Povo da China anunciou nesta segunda-feira (21) o corte das principais taxas do país em 0,25 ponto percentual. Com a decisão, os juro primário de empréstimo de um ano foi reduzido de 3,35% para 3,1%. Já a taxa de cinco anos caiu de 3,85% para 3,6%. Alexandre Novais GarciaDo do UOL

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