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Coreia do Norte executa homem por ouvir e divulgar músicas do gênero K-pop

13/07/2024

Regime pune também noivas que usam vestidos brancos, beber álcool em taças de vinho e uso de óculos escuros

Um jovem norte-coreano de 22 anos foi executado publicamente por ver e partilhar filmes e músicas sul-coreanas, afirma o Relatório de 2024 sobre os Direitos Humanos da Coreia do Norte, divulgado na quinta-feira (28), pelo ministério da unificação da Coreia do Sul. O relatório destaca as tentativas de Pyongyang de conter o fluxo de informação e cultura externas e compila testemunhos de 649 desertores norte-coreanos. As informações são do jornal britânico The Guardian. De acordo com o depoimento de um desertor não identificado, um jovem da província de Hwanghae do Sul foi executado publicamente em 2022 por ouvir 70 canções sul-coreanas, assistir a três filmes e distribuí-los, violando uma lei norte-coreana adotada em 2020 que proíbe ideologia reacionária e cultura, destacou o jornal britânico. O relatório ainda detalha os extensos esforços das autoridades norte-coreanas para controlar o fluxo de informação externa, especialmente dirigida aos jovens. Segundo o The Guardian, casos de repressão envolvendo punições por práticas reacionárias, como noivas usando vestidos brancos, noivos carregando a noiva, usando óculos escuros ou bebendo álcool em taças de vinho — todos vistos como costumes sul-coreanos, também foram relatados. Além disso, celulares também são frequentemente inspecionados quanto à grafia dos nomes dos contatos, expressões e gírias consideradas de influência sul-coreana, afirma o relatório. O jornal britânico aponta que a proibição do K-pop faz parte de uma campanha para proteger os norte-coreanos da influência maligna da cultura ocidental que começou sob o comando do antigo líder Kim Jong-il e se intensificou sob seu filho Kim Jong-un. Em 2022, a rádio Free Asia, financiada pelo governo dos Estados Unidos, disse que o regime estava reprimindo a moda e os penteados capitalistas, visando jeans skinny e t-shirts com palavras estrangeiras, bem como cabelos tingidos ou longos, afirmou. O The Guardian citou especialistas que dizem que permitir que a cultura popular sul-coreana se infiltre na sociedade norte-coreana poderia representar uma ameaça à ideologia que exige lealdade absoluta à “infalível” dinastia Kim que governa o país desde a sua fundação em 1948. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte enviou milhares de balões através da fronteira contendo resíduos, em retaliação ao lançamento de balões vindos do Sul, com milhares de folhetos anti-Pyongyang, pendrives com músicas de K-pop e doramas (dramas sul-coreanos), além de cédulas de um dólar a partir de uma cidade que fica na fronteira dos países. Estadão

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